No dia 11 de outubro de 2016 o PPGCOM/UERJ recebeu a visita do publicitário especialista em jogos, Pedro Araújo, para trocar experiências com o grupo do CiberCog e com todos os interessados no universo dos Games na palestra “Roll the dice!”.
Ainda que não faça parte da rotina de todas as pessoas – até mesmo daquelas que estavam presentes no evento – os games, além de estarem no imaginário de todos, despertam interesse e curiosidade. Por essa razão, o grupo acredita que o jogo é uma alternativa muito eficiente como método de estudo, especialmente no Ensino Fundamental, o que nos motiva a entender cada vez mais esse universo e, posteriormente, criar nosso próprio jogo para ser aplicado na rede de ensino.
O especialista Pedro, jogador assíduo e desenvolvedor de jogos, deu diversas dicas sobre o processo de produção, destacando ainda a importância de um jogo ser criado para a diversão e não única e exclusivamente para ser algo didático. Jogos claramente com objetivos educacionais não atingem o objetivo esperado na aprendizagem. Os jogos criados aparentemente apenas para entretenimento trazem, em sua essência, diversos temas e questões do ensino e das mais diversas áreas de aprendizagem. Assim, de maneira lúdica, os alunos têm contato com diversas abordagens temáticas.
Na palestra, Pedro contou sobre sua experiência aplicando jogos de tabuleiro modernos em uma oficina para a turma de calouros de Relações Internacionais da Unilasalle em Niterói, onde conceitos do conteúdo estudado nas disciplinas podiam ser observados em jogos de tabuleiro como o de Game of Thrones.
Ele detalhou os desafios desse método, como deixar os alunos focados no objetivo da oficina, refletindo sobre o conteúdo proposto, sem, no entanto, perder o fator do entretenimento, que é o que torna essa aprendizagem mais verdadeira.
Para isso, Pedro elencou alguns requisitos importantes que mantêm um jogo atrativo para metodologias de aprendizagem, especialmente para aqueles que desejam desenvolver um jogo de tabuleiro voltado ao ensino, como o CiberCog:
- Duração – jogos muito longos tornam-se cansativos, especialmente para quem não tem o hábito de jogar jogos de tabuleiro.
- Sorte – um jogo puramente estratégico pode se tornar desinteressante e injusto se, por exemplo, um participante for mais experiente que os demais. Deve haver um fator de sorte que permita um nivelamento entre os jogadores.
- Mistério sobre quem ganhou – a mecânica do jogo deve dificultar que se tenha um vencedor óbvio muito precocemente. Devem haver oportunidades para que todos os jogadores consigam pontos.
- Mecânica e tema devem conversar – o jogo fica mais intuitivo e interessante se a sua mecânica remeter ao tema.
- Playtest – no processo de desenvolvimento do jogo, ele deve ser testado à exaustão, de modo a verificar e aprimorar sua mecânica.
- Referências – aquele que deseja trabalhar com jogos de tabuleiro deve buscar referências de jogos e desenvolvedores, para observar seus métodos e aplicar os pontos positivos da experiência de outros ao seu próprio desenvolvimento.
Pedro observa, durante o evento, como o mercado de jogos de tabuleiro voltou a crescer com ainda mais força que na década de 80, sendo um motivo cada vez mais frequente para reunir amigos. Isso pois, comparado ao videogame – que traz uma narrativa extremamente rápida – os jogos de tabuleiro chegam para reduzir a velocidade da vida frenética do século XXI.
Agora já não importa qual o jogo e quanto tempo vai durar a partida: Roll the Dice e que comecem os jogos!