Pesquisadora e docente da Escola de Comunicação da UFRJ ministrou aula inaugural da FCS Uerj
*Por Nicholas Barbosa
Fundadora do Laboratório NetLab (UFRJ), Marie Santini ministrou a aula inaugural “Opinião Pública, Desinformação e Novas Dinâmicas Sociais nas Plataformas Digitais”, na Faculdade de Comunicação Social da Uerj, no dia 7 de maio de 2025. O debate envolveu diferentes visões sobre os desafios para a sociedade diante do novo cenário digital.
A abertura foi realizada pela diretora da Faculdade de Comunicação (FCS), Patrícia Miranda, e o coordenador do PPGCom-Uerj, Fernando Gonçalves. A palestra abordou diversos assuntos relevantes: a propagação e divulgação lucrativa da narrativa falsa, as formas de combate elaboradas pela justiça brasileira e o papel de influência do algoritmo na política. Atravessando a indústria da desinformação, Marie explicou como a descredibilização da imprensa é organizada para monetizar golpes digitais.
A professora fez uma análise dos ataques à mídia e de como esse fenômeno é usado para manipular os debates, mudando o ponto de vista de uma população que já não tem o jornalismo como principal fonte de informação. As empresas que se beneficiam desse fluxo de desinformação se aliam aos movimentos e grupos que defendem a não regulamentação e fogem da legislação brasileira através de sites registrados no exterior. Para entender a seriedade desse discurso, esse novo modelo de fraude visa a área da saúde através dos principais canais de comunicação, as redes sociais.

“A indústria da desinformação busca atacar a imprensa de duas maneiras: de um lado eles exploram a dúvida, criticando o jornalismo e criando um ecossistema, no qual eles querem que migrem tanto a audiência quanto a confiança, e do outro questionam também a credibilidade. Então existe muita pirataria de conteúdo, toda uma indústria de golpes e fraudes que usam as marcas da mídia para roubar dinheiro e financiar esses veículos. É uma forma de financiamento da desinformação na publicidade. A desinformação não é algo que diz respeito só ao jornalismo, é algo muito mais amplo que isso”, destacou a pesquisadora Marie Santini.
*Estudante de Jornalismo da Uerj, com supervisão da professora doutora Renata Monty