Por Rafaella Fonseca*

A Associação Brasileira de Imprensa, em parceria com a Faculdade de Comunicação Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FCS – Uerj), realizou uma mesa para apresentar a II Jornada Nacional de Jornalismo ABI: 60 anos do golpe de 64, no dia 4 de abril, no auditório 111, da Uerj.

Mediado pela professora doutora Patrícia Miranda, diretora da FCS, o evento contou com a presença da reitora Gulnar Azevedo, dos jornalistas Chico Otávio e Rejane Nogueira, do doutor Luiz Roberto Tenório e da historiadora Andréa Queiroz, que substituiu a debatedora Denize Goulart, filha do ex-presidente João Goulart.

Os convidados trouxeram reflexões sobre a ditadura militar. Luiz Tenório, que foi preso em 1969 por sua participação no movimento estudantil, enfatizou a importância das manifestações universitárias. O doutor expôs sua necessidade de utilizar aparelho auditivo por conta das torturas sofridas durante o Ato Institucional 5, onde o Decreto-Lei número 477 proibia manifestações políticas consideradas subversivas nas universidades.

Já Rejane Nogueira, filha de um preso político associado à resistência, destacou o caráter violento da época. Relatou que seu pai havia sido retirado de dentro de casa por militares mais de uma vez.

As consequências da ditadura e a dificuldade de reinserção dos acadêmicos nas instituições também foram abordadas. A membro da Comissão da Memória e Verdade da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Andréa Queiroz, mencionou sua pesquisa sobre os impactos do regime, dando foco às violações dos direitos humanos dentro do ambiente universitário no período.

A reitora, Gulnar Azevedo, encerrou comunicando que a Uerj irá revogar o título honoris de Emílio Médici, um dos presidentes da época.

A diretora da FCS, Patrícia Miranda, reforçou o papel da universidade em resgatar a história da Ditadura Militar, iniciada em 1964, assim como a violência praticada na época.

“Pode ser que algumas pessoas neguem a história, pois viviam em “bolhas” que não eram afetadas pela Ditadura, no entanto não podemos nos esquecer de que muitos sofreram, foram torturados e tiveram consequências irreparáveis”, pontuou Patrícia.

* – Estudante de Jornalismo da Uerj, com supervisão da professora doutora Renata Monty. 

II Jornada Nacional de Jornalismo ABI aborda os 60 anos do Golpe de 64

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