Por: Eduardo Brum e Luciano Filho*

No auge das discussões sobre Inteligência Artificial, a professora doutora Fátima Regis, da Faculdade de Comunicação Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), lançou dois livros no dia 22 de novembro, na Livraria Blooks, localizada em Botafogo. O inédito “Cognição e Afeto na Comunicação – Conectando Corpo, Mente, Meio e Tecnologia”, foi publicado pela Editora Sulina, e  “Nós, Ciborgues – Tecnologias de Informação e Subjetividade Humano-Máquina”,  foi revisado e ampliado para a segunda edição pela Puc-Press.

Contando com a presença de nomes da Comunicação, como Fernando Gonçalves, Patrícia Miranda, Alessandra Maia, Raquel Lobão, Raquel Timponi, Renata Monty, a escritora comemorou uma nova fase em sua carreira acadêmica.

Nas publicações, Regis demonstra sua curiosidade em temas relacionados à tecnologia, informação, ficção científica, e enfatiza a influência desses assuntos para o processo de criação de suas duas obras. Trabalhar com interfaces entre Comunicação, Literatura e Filosofia, por exemplo, também instiga a doutora a pesquisar e escrever. Portanto, seus gostos pessoais dizem muito sobre a marca de sua escrita.

Em sua segunda edição, “Nós, Ciborgues” contou com atualização e ampliação para tratar de questões da subjetividade entre o humano e a máquina. O conceito do ciborgue é usado para pensar e analisar a intensificação entre a relação humano-máquina, que foi estimulada, principalmente pela revolução industrial, criação da internet e ascensão da tecnologia. 

“A obra explica que divisões já preestabelecidas entre natureza e cultura, mente e corpo, interior e exterior, podem, na verdade, ser equivocadas”, pontua Fátima Regis. 

A publicação “Cognição e Afeto na Comunicação” é resultado de pesquisas do Laboratório de Mídias Digitais, na UERJ, e do grupo de pesquisas Cibercog. O livro evidencia a importância de intensidades afetivas, fatores corporais e interações com as tecnologias de comunicação e como isso irá impactar nos processos subjetivos e comunicativos.

Professora Doutora Fátima Regis e Professor Doutor Fernando Gonçalves. Foto: Tauana Marques

O pesquisador e professor da UERJ, Fernando Gonçalves, relembra a trajetória da companheira de trabalho:

“Nós nos conhecemos há muitos anos. Estudamos na mesma turma em RP na UERJ, fizemos mestrado e doutorado juntos e somos professores da Faculdade de Comunicação e Programa de Pós-Graduação em Comunicação. A pesquisa da Fátima é de longa data e nos ajuda a entender os efeitos que as tecnologias têm nas maneiras como conhecemos o mundo, como nos comunicamos e interagimos uns com os outros. A forma como a Fátima pensa os processos cognitivos de aprendizado, habilidades e competências cognitivas através das tecnologias digitais, nos auxilia na compreensão de como esses processos organizam nossas experiências individuais e coletivas”, destaca Fernando.

A pesquisadora Alessandra Maia, professora doutora da Escola de Comunicação, Mídia e Informação da Fundação Getúlio Vargas, recorda o início de sua trajetória, ainda como  voluntária do Cibercog. Ao longo de toda a sua graduação, participou do Laboratório de Mídias Digitais da UERJ como bolsista de Iniciação Científica. 

“O laboratório me ajudou a expandir a noção do que é Comunicação e o que são os estudos. O espaço do Cibercog objetiva alinhar teoria e prática e dá oportunidade para o desenvolvimento de produtos que fazem diferença no campo da Educação e Comunicação”, afirma Alessandra Maia.

Da esquerda para direita: Renata Monty, Alessandra Maia, Fátima Regis, Patrick Marins, Tauana Marques e Raquel Timponi

Raquel Lobão, doutora em Comunicação e professora da Universidade Católica de Petrópolis, conheceu a autora por recomendação, já que procurava um grupo de pesquisa para seu pós-doutorado focado em maratonas de séries:

“Me falaram que eu tinha que conhecer a Fátima Régis. Escrevi um projeto e mandei um email totalmente formal e ela me respondeu de maneira educada e afetuosa. A doutora Fátima faz um trabalho incrível porque ela é uma precursora na área de Cognição, Afeto e Comunicação. Se hoje as pessoas estudam esse tópico é porque a Fátima abriu as portas. O tempo que ela passou nos Estados Unidos acrescentou muito ao trabalho dela, trazendo uma visão diferenciada. É uma leitura obrigatória para quem quer entender sobre entretenimento e cognição”, destacou Lobão.

Raquel Timponi, doutora em Comunicação e professora do programa de Pós-graduação da Universidade Federal de Uberlândia, teve Fátima como orientadora em 2007. Ela acompanha, de longa data, os projetos da professora:  

“Me considero filha acadêmica da Fátima. O “Nós, ciborgues” é um livro que traz um pouco de sua pesquisa de doutorado mais atualizada para questões entre dualidades, subjetividade, corpo, natureza e cultura. Ela compara a lógica dessa dualidade tentando buscar como mente e corpo estão acoplados e como não deve ter uma divisão nesse cerne que chamamos de cognição. O segundo livro, “Cognição e Afeto na Comunicação”, é oriundo da pesquisa de pós-doutorado dela, mas na real, é um compilado de quase 20 anos de pesquisa e tenho orgulho de estar presente nesse momento”.

 

Fátima Regis e Virgilio Magalde. Foto: Tauana Marques

Após o lançamento de seus dois livros na livraria Blooks, Fátima Regis comentou sobre a repercussão.

“É difícil falar de impacto porque como são livros acadêmicos, são lidos por menos pessoas, seus leitores têm interesses mais teóricos nas áreas que trabalhamos. O maior impacto é o diálogo que consegue se estabelecer com leitores que se identificam com os temas, e também, com públicos novos. O tema tem interface com outras áreas, fazendo com que haja um maior diálogo entre indivíduos distintos”, finaliza a doutora.

 

*Estudantes de Relações Públicas da Uerj, com supervisão da professora doutora Renata Monty.

 

Fátima Regis lança livros sobre Inteligência Artificial e Tecnologia

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