Por Isis Cardoso e Alice Santos*
O sociólogo, jornalista, tradutor e professor universitário Muniz Sodré foi o convidado da Faculdade de Comunicação Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FCS – Uerj) para apresentar a aula magna, direcionada aos cursos de Jornalismo e Relações Públicas, no dia 21 de março de 2024. A aula foi mediada pelo professor doutor Ricardo Ferreira Freitas (FCS – UERJ).
Com o tema “Cultura Digital”, Sodré trouxe a provocação de que “nenhuma cultura resiste à digitalização”, que sugere que a introdução dos elementos digitais em uma cultura pode ter efeitos prejudiciais sobre ela. A partir desta hipótese inicial, o professor doutor destacou a importância da cultura como a raiz do conhecimento, do convívio em sociedade e da ação colaborativa em sincronia com o outro.
Sodré também destacou a internet como materialização política da anarquia por não haver coerção e autoridades nos meios digitais. A relação viciosa do homem com seus objetos foi estabelecida como uma vingança do objeto perante a soberania do sujeito, uma vez que o objeto é um agregador social. A vanguarda das interações sociais offline também foi destacada como construtoras de redes de conhecimento antes da internet efetuar essa movimentação em rede. “A digitalização mata a cultura mas, por outro lado, se a cultura não é forte o suficiente para sobreviver, ela deve morrer”, concluiu Muniz Sodré.
Muniz Sodré é formado em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), mestre em Sociologia da Informação e Comunicação pela Université de Paris IV (Paris-Sorbonne), doutor em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e foi presidente da Fundação Biblioteca Nacional de 2005 a 2011. Atualmente, é Professor Emérito da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO – UFRJ) e possui cerca de trinta livros publicados nas áreas de Comunicação e Cultura.
*Estudantes de Relações Públicas da Uerj, com supervisão da professora doutora Renata Monty.